A
ética e a mística estão uma para outra
como a seiva está para árvore, como a fonte
está para o rio, como a alma para o corpo, como a imanência para a
transcendência, como o divino está para o humano e o humano está
para o divino. Elas não se dicotomizam, mas se integram na
construção da ethos do ser humano. Elas são humanizadoras e
acolhedoras.
Elas
constituem duas visões do humano. Nelas, o humano se eleva e se
dignifica. Sem elas, a humanidade e o mundo desumanizam e ficam
vazios de sentido. Sem ética o mundo deixará de ser humano. Por
falta de ética, o homem sucumbe com toda a humanidade, por falta de
mística, o humano desfalece, porque a mística brota da “anima”,
isto é, o principio vital de todas as coisas. A partir do olhar
ético, precisamos construir um novo paradigma de convivência com o
outro fundamentado na experiência pedagógica, que funde a relação
benfazeja com todos os processos de aprendizagem e harmonização na
formação do educador-educando. Assim sendo, é preciso que o
docente construa uma ética da alteridade embasada na cortesia
espiritual e na responsabilidade ética pelo outro.
A
mística não é solitária, mas social. Ela não é tranquilidade e
satisfação. Pelo contrário, é a inquietação mais profunda do
coração humano. Vem do interior para o exterior e do exterior para
o interior. É auto-realizadora. Passa a existir quando se acredita
nela. Sua essência é o valor da vida humana e o sentido da vida é
a própria vida. Ela abarca o amar e o confiar, o saber e todo nosso
existir. Perpassa todas as realidades humanas. Nasce com o humano,
cresce com o humano e se plenifica no humano, a partir de uma
construção diária. Ela é paixão pela vida; É movimento em
direção ao outro. É pathos ou afetividade, paixão. Como pathos é
a experiência-base do ser humano. É mistério profundo da
existência humana que se assemelha à respiração vem de dentro
para fora e de fora para dentro. Sem ela não viveremos. Sem ela não
somos nada.
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